Blog da Zefa

Thursday, November 09, 2006

Enquanto houver rebeldia não vai haver poesia

Os rebeldes serão sempre os responsáveis pela quebra (ou pelo início do processo de ruptura) de determinado paradigma. Uma vez quebrado este paradigma, surge um novo padrão. Esse padrão se tranformará em um novo paradigma, surgindo, assim, novos rebeldes para quebrá-los. A isso, dá-se o nome de "evolução". Pergunto: será que evoluímos mesmo?

Não nos esqueçamos de que todos os preconceitos, desigualdades e crueldades a que se submeteu a humanidade foram construídos por rebeldes de outros tempos, que quebraram paradigmas, que viraram padrões e assim por diante. A propriedade privada, por exemplo, e todas as consequências desastrosas que ela trouxe para a humanidade, foi idéia de um rebelde que resolveu dizer: "Isso é meu", em detrimento da vontade da maioria. Hoje vivemos num contexto capitalista, que é o padrão, e quase ninguém discute se esse modo de produção nos liberta ou se nos afasta da verdadeira essência do ser humano.

Eu não sou capitalista, não sou comunista, não sou anarquista, não tenho ideologia e não quero nenhuma para viver. Só proponho um estilo de vida mais humano, mais tranquilo, com menos competição. Proponho uma desaceleração da humanidade, talvez até um "retrocesso" (ao meu ver não seria um retrocesso). Acho que a tecnologia consiste num grande progresso científico, mas também em um grande retrocesso humano. Haja vista a complexidade das relações humanas na atualidade, talvez eu seja um rebelde por dizer isso.

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